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  • Foto do escritorLaboratório de Neurofarmacologia

Fármacos do Futuro- Aliviando a dor



Dando continuidade a nossa série de artigos dos fármacos do futuro: medicamentos com base de peptídeos. Falaremos do controle da Dor por esses fármacos.

A dor é um evento complexo associado a uma resposta de proteção do organismo associado ou não há algum estímulo nocivo. É também um sinal de doença compreendido universalmente e o problema mais comum, que leva com que as pessoas busquem atendimento médico.

Em geral, a dor refere-se a uma doença desagradável, angustiante e de uma sensação não confortável, afetando a qualidade de vida do indivíduo e, causando, efeitos físicos e emocionais. A dor crônica ou persistente afeta mais de 15% da população mundial e é o maior desafio terapêutico atualmente.

A primeira linha de opção para o tratamento farmacológico da dor é o uso de AINES (anti-inflamatórios não esteroidais), opioides, ou ainda, antidepressivos e antiepilépticos. No entanto, em 10-30% dos pacientes, esses tratamentos falham na tentativa de controlar ou aliviar a dor. Além disso, sérios eventos adversos podem restringir o uso dos analgésicos sistêmicos.

Nesse contexto, pesquisadores vêm empenhando esforços na descoberta e desenvolvimento de novos fármacos analgésicos. O fármaco com base peptídica mais revolucionário para o tratamento da dor persistente é originado da ziconotida (Prialt®), um potente conopeptídeo .

Conopeptideos são um classe de mais de 70.000 compostos derivados de 700 espécies de moluscos marinhos predadores (gênero Conus). Impressionantemente, cada espécie contém de 100-200 peptídeos em suas peçonhas. A ziconotida foi primeiramente isolada e identificada da peçonha do molusco Conus Magnus (figura acima). Sua atividade farmacológica foi avaliada em camundongos e após muitos estudos, pesquisadores descobriram que o peptídeo se liga reversivelmente e com alta afinidade a canais de cálcio voltagem-dependentes. Após a ligação do peptídeo, o bloqueio desses canais na medula espinhal reduz fortemente a liberação de neurotransmissores nas vias neurais da dor, como o glutamato e neuropeptídeos.

A descoberta de peptídeos presentes em peçonhas de animais tem-se revelado uma eficiente e inovadora ferramenta na obtenção de novos medicamentos. Na próxima edição, falaremos de medicamentos com base peptídica para o tratamento da diabetes.

Fonte:

Schmidtko, A., Lötsch, J., Freynhagen, R., & Geisslinger, G. (2010). Ziconotide for treatment of severe chronic pain. The Lancet, 375(9725), 1569-1577.

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