Laboratório de Neurofarmacologia
Fármacos do Futuro - Peptídeos Antimicrobianos
Atualizado: 8 de mar. de 2021
Olá inventores! Tudo bom? Hoje vamos conversar um pouco sobre PAMs. Mas o que são PAMs? Onde vivem? Do que se alimentam? Tudo isso hoje no Globo Repórter. Ops! No post da Biointech! Então, vem com a gente!

Os PAMs são peptídeos antimicrobianos que fazem parte da resposta imune inata encontrada em todas as classes de vida. Os peptídeos de defesa do hospedeiro (HDPs na sigla em inglês) como também são conhecidos, possuem um alto potencial antimicrobiano de largo espectro sendo uma alternativa terapêutica.
Em animais, esses peptídeos antimicrobianos constituem parte do sistema imune inato. Já em plantas os PAMs formam um sistema de defesa contra o ataque de certos patógenos e pragas.
A descoberta da penicilina, primeiro antimicrobiano com aplicação clínica, foi um marco na história. Sua descoberta acidental em 1928, por Alexander Fleming, revolucionou o tratamento de infecções e salvou milhares de vidas durante a 2ª Guerra Mundial. Com a passar dos anos, o uso indiscriminado desse antibiótico levou as bactérias a apresentarem resistência a esse composto. Por isso, fez-se necessário a busca por outras moléculas que fossem capazes de combater infecções causadas por essas bactérias mais resistentes. A partir daí, novas classes de antibióticos foram surgindo, toda vez que a bactéria desenvolvia resistência ao medicamento outra classe surgia, na clínica, para combatê-la. Porém, o abuso desses medicamentos e a automedicação começaram a esgotar as possibilidades de novos antimicrobianos e aumentaram as bactérias resistentes. Em certo momento da história recente, uma bactéria apresentou resistência a uma antibiótico que ainda não havia sido apresentado na prática clínica! A partir daí, a busca por alternativas terapêuticas se tornou uma grande prioridade na ciência.
O mecanismo de ação pelo qual os PAMs agem ainda não é bem definido, mas a hipótese mais aceita é que ao se ligar a membrana de determinado patógeno, o peptídeo é capaz de causar o seu rompimento, levando a célula a lise.
O potencial terapêutico dos peptídeos antimicrobianos é valorizado graças à capacidade destes compostos de matarem rapidamente muitos microrganismos, incluindo bactérias, vírus e fungos que são multirresistentes a diferentes fármacos. Além do seu potencial como combatente de infecções, os PAMs também vêm sendo testados como uma alternativa no tratamento de câncer. A maioria dos peptídeos antimicrobianos possuem carga positiva e baixa massa molecular. Essa diferença de cargas causa uma interação eletrostática entre os PAMs catiônicos e os componentes aniônicos da membrana da célula cancerígena, sendo uma possível característica de seletividade.
Semana que vem vamos falar dos Mastoparanos, peptídeos multifuncionais com atividade antimicrobiana, antitumoral e analgésica. Você não pode perder!