Laboratório de Neurofarmacologia
Fármacos do Futuro- Tratando a Diabetes
E nesse fim de 2017, iremos publicar nosso post que, como já tínhamos adiantado, falará sobre o uso de peptídeos para o tratamento da Diabetes.
Diabetes é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de glicose no sangue e afeta, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas, o que representa 6,9% da população. Essa doença é desencadeada quando o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é capaz de agir de maneira adequada.
O metabolismo de glicose é mediado por vários compostos produzidos pelo sistema digestivo. Dentre esses compostos, o peptídeo similar ao glucagon-1 (do inglês Glucagon-like peptide-1:GLP-1) possui um papel regulatório na homeostase da glicose.
Quando há o aumento de glicose advindo de uma refeição, o pâncreas mobiliza a produção de insulina. Esse efeito é chamado de efeito incretina. O GLP-1 é produzido quando esse efeito é presente no sangue e ele regulará o esvaziamento gástrico e a supressão da produção de glucagon.
Na diabetes do Tipo 2 ocorre uma redução do GLP-1, que gera um desbalanço no metabolismo de glicose. As principais alterações que ocorrem são: aumento em excesso do glucagon; diminuição da secreção de insulina; diminuição da quebra de glicose; e aceleração do esvaziamento gástrico.
Com isso, uma das terapias para a Diabetes do Tipo 2 é o uso de compostos que imitam a ação de GLP-1. O exanatide é um peptídeo sintético de 39 resíduos de aminoácidos bioinspirado de um peptídeo (Exanatin-4) isolado da saliva do lagarto monstro de gila (foto acima). Esse peptídeo é o primeiro de uma nova classe de medicamentos com ação similar ao do GLP-1, além de possuir a mesma ação regulatória. Interessantemente, não é degradado por enzimas como o GLP-1, o que permite que o exanatide tenha uma ação prolongada no corpo.
Um feliz 2018 para todos e que no próximo ano possamos estar trocando mais conhecimento em Biotecnologia!!!!